O Flamengo postou no Facebook uma bela carta de agradecimento ao Alan Patrick, jogador que não continuará na Gávea. Alan também fez o mesmo em relação ao clube.
Diego só jogou sua primeira partida pelo rubro-negro no começo do segundo turno, ou seja, Alan foi titular no primeiro turno quase inteiro. Pouco se fala da importância que o meia teve para o 3º lugar em que terminou o Mengão. A verdade é que, enquanto foi o camisa 10 da equipe, comandou o time e fez um grande campeonato.
Alan foi titular na melhor sequência do time carioca em termos de futebol apresentado, na minha opinião. A sequência foi essa: Cruzeiro 0x1 Fla, Fla 2x2 SP, Fla 0x1 Santa, Fla 1x2 Flu, Fla 1x0 Inter, Corinthians 4x0 Fla, Botafogo 3x3 Fla, Fla 2x0 Galo (s/ Alan), Fla 2x1 AMG, Coxa 0x2 Fla e Santos 0x0 Fla. É verdade que não foi a sequência de melhor aproveitamento do Urubu, mas o futebol apresentado foi impressionante.
Os jogos que eu separei começam no momento em que Zé Ricardo já tinha conseguido dar sua cara à equipe e terminam com a chegada de Diego, quando Alan perdeu a titularidade. Nesse momento, o Fla jogava de uma forma muito ofensiva. Em alguns momentos, os 10 jogadores de linha ficavam à frente do meio de campo, mantendo a posse de bola no campo de ataque e massacrando o adversário em número de finalizações.
Vou pegar alguns jogos para mostrar um pouco do que estou falando. No empate em 2x2 contra o São Paulo, o Fla teve mais finalizações (19 x 7) e posse de bola (53% x 47%), jogou demais, mas o goleiro Dênis e a trave impediram o Fla de marcar mais gols durante todo o jogo. No final, o próprio Alan perdeu um pênalti, marcando uma bela partida do meia. O primeiro gol do São Paulo veio justamente de um contra-ataque em que apenas Márcio Araújo tinha ficado atrás e perdeu dividida com Calleri. Vejam os melhores momentos para entender o que estou falando.
Contra o Fluminense, o Fla também foi muito superior e Alan, o melhor da partida. Além de muito azar na hora das finalizações, erros individuais de Arão e Vaz geraram os gols do Flu. Contra o Santos, o Mengo também foi melhor, o juiz deixou de marcar um pênalti no fim e o jogo não saiu do zero. Contra o Corinthians, o primeiro tempo rubro-negro foi maravilhoso e poderia ter saído com um placar favorável. No segundo tempo, o time ficou abalado com a expulsão de Zé Ricardo e a não-expulsão de Fágner em um lance que lesionou Ederson, tomando 4 gols do time paulista.
É óbvio que Diego é mais jogador que o Alan Patrick. Além disso, Arão também é excelente jogador, então a possibilidade dele jogar de segundo volante foi cortada. Já quando foi utilizado na ponta, não rendeu tão bem. Por isso, ele virou banco. Mas é mais do que justo ressaltar a importância que ele teve na boa campanha flamenguista. O estilo de jogo ofensivo nesses jogos passou a ser muito menos utilizado por Zé Ricardo, ou seja, lógico que Diego também teria rendido muito bem jogando dessa forma, o que não tira, de maneira alguma, o mérito de Alan.
O meia de 25 anos estava emprestado pelo Shakhtar, da Ucrânia, que não quis emprestar o jogador novamente. A verdade é que, com a permanência de Diego, Alan iria continuar no banco e não valeria o investimento. Como flamenguista, agradeço muito ao jogador por tudo que fez nesses dois anos no Rio e desejo que ele volte um dia.
Pedro Werneck
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